Cutelaria, Outdoor

Você nunca sabe quando vai precisar da sua faca de sobrevivência!

março 25, 2019
Tempo de leitura 8 min

Uma faca de sobrevivência é muito mais do que uma ferramenta versátil. Ela é o passaporte para a segurança em um momento de crise, que pode se apresentar quando menos esperamos.

Por isso, trata-se de um equipamento essencial para todos que praticam esportes outdoor em locais ermos, nos quais só é possível contar com os próprios recursos para permanecer são e salvo.

Além de apresentarem características bastante específicas, existe uma série de variáveis que interferem no desempenho das facas de sobrevivência. A seguir, vamos nos aprofundar nesse universo, salientando as finalidades comuns a todos os equipamentos desse tipo, bem como os detalhes nos quais os diversos modelos se diferenciam.

Conceito e utilidades de uma faca de sobrevivência

Como seu próprio nome dá a entender, trata-se de uma faca que tem como finalidade principal assegurar a sobrevivência do seu portador em ocasiões que fogem do roteiro. Imprevistos acontecem a todo momento, mas, quando se está a dezenas de quilômetros de qualquer forma de ajuda, suas consequências podem ser desastrosas.

Portanto, toda faca de sobrevivência deve proporcionar a realização de algumas tarefas básicas em situações extremas:

1. Abrir caminho na mata

É menos raro do que se imagina montanhistas e praticantes de camping verem-se obrigados a abandonar a trilha pela qual esperavam realizar o percurso até o destino final. Isso pode acontecer por uma série de motivos totalmente imprevisíveis, como alagamentos e desabamentos. Nesse caso, será necessário ter em mãos um equipamento capaz de cortar a vegetação, a fim de criar uma rota alternativa.

2. Fazer fogueira e abrigo

Manter-se aquecido é essencial quando se pretende superar situações adversas em locais desabitados. Com uma faca de sobrevivência, é possível cortar madeira para montar uma fogueira, que será útil tanto para criar calor, quanto para afugentar animais selvagens e, eventualmente, servir de sinalização para equipes de busca. Além disso, também pode-se improvisar um abrigo para amenizar os efeitos do vento e da chuva.

3. Preparar alimentos

A versatilidade das facas de sobrevivência permite não apenas cortar alimentos em porções ideais para consumo, como também assá-los no fogo mantendo uma distância segura.

4. Caçar

Em situações extremas, quando os mantimentos tiverem se esgotado, poderá haver a alternativa de caçar animais para garantir a próxima refeição. Facas de sobrevivência servem para caça, e suas lâminas afiadas também possibilitam a limpeza da carne, eliminando as partes impróprias para o consumo.

5. Autodefesa

Talvez o cenário mais preocupante de todos seja a iminência de ter a sua integridade física comprometida pelo ataque de um animal selvagem. Nessa hipótese, ter em mãos uma arma confiável para se defender é essencial. E como o maior predador do homem é o próprio homem, muitas vezes bastará apenas sacar uma faca de sobrevivência para escapar de situações que poderiam se tornar extremamente complicadas.

Características comuns às facas de sobrevivência

Para cumprir satisfatoriamente todas as tarefas descritas acima, as facas de sobrevivência precisam apresentar alguns atributos específicos que acabam se tornando característicos desse tipo de equipamento. São eles:

1. Lâmina fixa

Muito embora existam canivetes resistentes e de altíssima qualidade, a lâmina fixa reduz as chances de ocorrerem imprevistos em momentos cruciais — até porque algumas lâminas retráteis exigem um nível de destreza manual elevado e que pode estar comprometido em situações de estresse.

2. Dorso cego

A maioria das facas de sobrevivência conta com gume em apenas um lado da lâmina, como é o caso da linha SRK, fabricada pela Cold Steel. O dorso é cego para permitir que se faça pressão sobre a lâmina sem o risco de lesão. Isso propicia o emprego de golpes no dorso para potencializar o impacto, o que facilita a tarefa de cortar materiais resistentes.

3. Capacidade de corte e perfuração

Enquanto algumas facas, como as adagas, se notabilizam somente pela eficiência no ato de perfurar, e outras, como o cutelo, servem somente para o corte, as facas de sobrevivência precisam desempenhar satisfatoriamente essas duas funções.

4. Robustez

Por se tratar de uma faca que será submetida a tarefas pesadas, sua lâmina deve ser confeccionada em aço espesso, muitas vezes com elevada concentração de carbono, o que garante maior durabilidade. Naturalmente, a qualidade e consistência do cabo devem seguir o mesmo padrão.

Variações relevantes

Contudo, alguns de seus atributos podem apresentar variações importantes que devem ser consideradas no momento da aquisição.

Desenho da lâmina

O formato lateral da lâmina, comumente chamado de desenho, interfere diretamente no desempenho das facas, incluindo as de sobrevivência. Os quatro tipos de desenho mais comuns são os seguintes:

  1. normal ou reto: é o desenho mais simples, com dorso reto e o fio curvo na parte próxima à extremidade;
  2. curvo (trailing point): apresenta uma curva ascendente no fio na medida em que se aproxima da ponta — é especialmente útil para esfolar;
  3. clip point (Bowie): é semelhante ao desenho curvo, mas tem um recorte no dorso, próximo à extremidade, que potencializa a capacidade de perfuração sem prejuízo das atividades de esfola e corte;
  4. drop point: seu dorso conta com uma curva convexa que culmina na extremidade e favorece a penetração.

Desbaste da lâmina

A parte lateral da lâmina pode apresentar desbastes de várias espécies. Facas que serão submetidas a fortes impactos geralmente são fabricadas com pelo menos três tipos de desbastes:

  • reto (full flat): a mesma largura da lâmina no dorso acompanha toda extensão lateral até o gume, tornando a faca mais consistente;
  • parcialmente reto (partial flat): a lâmina começa com a mesma espessura do dorso até um certo ponto, começando a haver um desbaste gradual a partir de então — favorece o corte sem comprometer sensivelmente a resistência;
  • convexo: a lâmina tem um desbaste convexo em ambos os lados em direção ao gume — proporciona o grau mais elevado de resistência, mas dificulta muito a afiação em campo, o que o torna inconveniente em situações de emergência.

Pomo

O pomo da faca é a parte diametralmente oposta à ponta da lâmina, na parte inferior do cabo. Dependendo do seu formato, pode funcionar como um martelo ou até perfurar objetos metálicos sem comprometer o fio da lâmina. Funciona como uma ferramenta extra que não pode ser desprezada em situações de sobrevivência.

Espessura do espigão

A peça de aço que constitui a lâmina de uma faca de sobrevivência se prolonga por dentro do cabo. A parte oculta é denominada espigão (tang, em inglês) e pode ter diversos formatos. Os três principais são:

  • full tang: o espigão vai até o pomo e apresenta a mesma largura da lâmina — oferece mais robustez e possibilita que a faca continue sendo utilizada mesmo na hipótese de o cabo se quebrar;
  • stick tang: também segue até o pomo, mas é estreito, com a espessura de um graveto (stick) — tem a vantagem de tornar a faca mais leve, mas, em contrapartida, menos resistente e difícil de ser manuseada se ocorrer a quebra do cabo;
  • partial tang (espigão parcial): é o tipo de espigão menos recomendável, pois não acompanha toda a extensão do cabo, comprometendo a resistência e utilidade do equipamento, já que não tem pomo.

Também existe um tipo de faca, denominado hollow handle, que não tem espigão algum. Seu cabo é oco, criando um compartimento ideal para guardar equipamentos de sobrevivência, como pederneira, linha de pesca, anzóis e bússola.

Esse tipo de faca ganhou popularidade nos anos 1980, quando foi companheira inseparável do personagem Rambo, vivido por Sylvester Stallone nos cinemas. Apesar de não contarem com espigão, facas hollow handle produzidas por empresas de renome no ramo da cutelaria, como a Cold Steel, são extremamente resistentes e seguras.

5. Aço

Lâminas confeccionadas com aço carbono oferecem uma ótima dureza e possibilitam a afiação em condições não ideais. Contudo, apresentam maior predisposição à oxidação, o que pode comprometer o seu desempenho. Facas com esse tipo de aço exigem mais atenção na manutenção e armazenamento. Por outro lado, aços inoxidáveis de dureza elevada são mais difíceis de afiar.

Como se vê, há uma gama bastante extensa e relativamente complexa de características capazes de influenciar a utilidade das facas de sobrevivência. Algumas combinações podem ser mais adequadas para determinadas situações e ambientes, cabendo a cada pessoa avaliar o tipo de faca ideal caso a caso.

Mas nada impede que o aventureiro faça a sua expedição munido de mais de uma faca, com características diferentes. Assim, estará preparado para todas espécies de contratempo.

Pronto! Com essas informações, você já tem plenas condições de escolher uma faca de sobrevivência (ou várias) para atender suas necessidades em campo e ajudá-lo a enfrentar condições adversas com sucesso.

Caso ainda persista qualquer espécie de dúvida, não hesite em contatar a equipe da Crosster, que oferece uma infinidade de modelos em seu catálogo e tem especialistas sempre prontos para ajudar!

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1 comentário

  • Responder Sobrevivência: qual a ferramenta mais importante? - Blog - Crosster, sempre preparado junho 15, 2022 at 9:17 am

    […] mental positiva é fundamental para seu sucesso e ela é, também, fruto de seu planejamento e preparo prévio, habilidade e técnicas, sistema de crença pessoal e sua experiência geral em ambientes […]

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