Quem pratica esportes de aventura que envolvem caminhadas e pernoites em regiões afastadas da civilização, como camping e montanhismo, conhece a importância de sempre portar um bom facão.
Nesse cenário, inevitavelmente nos deparamos com a necessidade de executar tarefas que exigem uma lâmina robusta, com ótimo corte, capaz de suportar grandes impactos sem sofrer danos. Entretanto, existem vários tipos de facão, com origens diversas e peculiaridades que nem sempre são notadas facilmente.
A seguir, vamos destrinchar o universo dos facões, que é bem mais complexo do que se pode imaginar num primeiro momento.
Apontaremos os pontos de convergência e as diferenças entre os principais tipos de facão, visando facilitar o processo de escolha de quem está interessado em adquirir um equipamento dessa espécie ou simplesmente se aprofundar nesse assunto.
Características comuns a todos os tipos de facão
O primeiro diferencial facilmente notado quando se observa um facão é o comprimento de sua lâmina.
Ela tem tamanho intermediário, pois é sensivelmente maior do que a lâmina de uma faca, mas menor do que a de uma espada. Via de regra, sua lâmina tem entre 30 e 60 cm, característica que guarda relação íntima com a utilidade dessa espécie de equipamento, como veremos mais adiante.
A segunda peculiaridade, sempre presente, é a qualidade do metal utilizado na fabricação de sua lâmina. Enquanto muitas facas e canivetes privilegiam a precisão do corte, as lâminas dos facões foram concebidas para segmentar materiais resistentes tolerando colisões fortíssimas de maneira consecutiva sem sofrer avarias.
Não que seja impossível promover cortes precisos utilizando-se um facão, mas essa, definitivamente, não é a sua principal finalidade.
Os facões na história da humanidade e suas utilidades
Diversos povos, com culturas e costumes próprios, vivendo em regiões distintas do globo, em algum momento sentiram a necessidade de produzir facões. Cada um com desenhos de lâminas um pouco diferentes (ou, às vezes, muito diferentes!), mas, essencialmente, facões. Isso torna evidente uma realidade: os facões são tão úteis quanto insubstituíveis.
Enquanto as espadas, que também têm um histórico milenar, sempre estiveram associadas ao universo bélico, os facões têm um leque de utilidades mais amplo.
Os diversos tipos de facões produzidos ao longo dos séculos foram amplamente utilizados em combate, sem dúvida, mas também foram empregados na realização de tarefas rotineiras no âmbito rural, como a poda de galhos, a abertura de frutos, o corte de pequenas árvores e troncos, além de uma infinidade de atividades relacionadas à agricultura, sobretudo a colheita.
E durante o processo de colonização das regiões indo-asiática, africana e sul-americana, os facões eram artigos indispensáveis para desbravar os novos continentes, abrir trilhas e se defender de animais selvagens ou mesmo da população nativa.
Os bandeirantes, que foram fundamentais para ampliar o domínio da Coroa Portuguesa na América do Sul, por exemplo, não davam um passo sem contar com um facão na cintura.
Os principais tipos de facão
1. Kopis
Os gregos, 500 anos antes da Era Cristã, já utilizavam lâminas com as mesmas características verificadas nos facões atuais. Os kopis tinham um design tão funcional que continua sendo reproduzido até os dias de hoje. Sua lâmina é côncava na parte mais próxima à empunhadura e se torna convexa na medida em que avança para a ponta. Isso faz com que a maior parte do seu peso fique concentrada na extremidade, potencializando a força do impacto produzido, como acontece em um machado, por exemplo.
2. Kukri (ou khukuri)
Há registros de que os primeiros facões do tipo kukri surgiram na região do Nepal, no século XVI. Eles se tornaram a arma oficial dos gurkhas, os soldados do Exército nepalês, a partir do início do século XIX. O desenho de sua lâmina é, de certa forma, similar ao do kopis, convexa na extremidade próxima à ponta para gerar mais dano a cada golpe. A principal diferença reside no fato de o kukri ser originalmente um equipamento bélico e que muitas vezes era empregado em cerimônias religiosas.
3. Bolo
Trata-se de um tipo de facão original do Sudeste Asiático, região que hoje é ocupada pela República das Filipinas, onde há vegetação muito densa. Não por acaso, sua finalidade principal é abrir caminho na mata fechada e auxiliar na agricultura.
Um intercâmbio cultural levou os facões bolo para a América na época da colonização espanhola, onde acabaram se tornando bastante populares, especialmente no México e em Cuba. Muitos têm a lâmina curvada na extremidade para atingir uma área maior do alvo. Outros são confeccionados com a preocupação de também servirem como arma de defesa pessoal, hipótese na qual são dotados de uma ponta capaz de perfurar o inimigo.
4. Panga
Original das regiões africanas onde encontram-se algumas das florestas mais densas do mundo, o panga tem design bastante parecido com o bolo e a mesma finalidade: abrir caminho em meio à vegetação. Contudo, tem uma curvatura mais acentuada na parte da lâmina onde ocorre o impacto com o alvo, aumentando o potencial de dano.
5. Facão para mato (bush machete)
Assemelha-se a uma espada curta, com fio em apenas uma das extensões da lâmina, a exemplo dos outros tipos de facões, e desenho quase sem curvaturas, com exceção da extremidade próxima à ponta.
Como o nome dá a entender, tem a finalidade de desbastar a vegetação. Muitos facões do mato, como os produzidos pela Elk Ridge, são equipados com guarda para proteger a mão no caso de um choque involuntário com o alvo do golpe.
Assim, cobrimos as características básicas dos principais tipos de facão disponíveis no mercado — lembrando que a Crosster dispõe de dezenas de modelos diferentes de facões para atender as necessidades tanto de quem pratica esportes de aventura, quanto de quem precisa de um equipamento de qualidade para desempenhar tarefas no sítio, fazenda ou casa de campo.
Você pode compará-los visitando o site da Crosster, empresa brasileira importadora dos melhores artigos de cutelaria, equipamentos táticos e lanternas.
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