Lanterna

O que é o certificado ATEX e para que serve?

abril 17, 2019
Tempo de leitura 6 min

Em um mundo cada vez mais tecnológico e mecanizado, tornou-se necessária a adoção de padrões que facilitem a rápida identificação das características de cada produto que chega ao mercado consumidor.

Assim, a partir da segunda metade do século XX, começaram a proliferar diferentes tipos de certificações, cada qual com suas especificidades. Uma delas, conhecida apenas por ATEX, é de enorme relevância quando o assunto é segurança.

Neste artigo, vamos compreender o que é ATEX, sua origem e os principais contextos nos quais esse tipo de certificação é importante, bem como o processo para sua obtenção.

O que é ATEX?

ATEX é uma certificação que garante a utilização com segurança de determinados equipamentos elétricos e mecânicos em atmosferas potencialmente explosivas em razão da concentração de gases, vapores, neblina, pó ou poeira. Isso porque tanto a eletricidade quanto a faísca eventualmente provocada por um equipamento mecânico podem desencadear explosões em ambientes com essas características.

A certificação ATEX teve origem a partir de duas diretivas elaboradas pela Comissão de Empresas e Indústrias da União Europeia na primeira metade de década de 1990. A primeira (94/9/EC) regulamentou a produção de equipamentos capazes de operar com segurança em locais onde há risco de explosão. Já a segunda (99/92/EC) estabeleceu parâmetros mínimos que devem ser obedecidos para o funcionamento de tais equipamentos, a fim de assegurar a segurança e a saúde de quem os maneja.

A sigla “ATEX” deriva da expressão “atmosfera explosiva”, empregada diversas vezes no texto da 94/9/EC, a começar pelo seu título original em francês: Appareils destinés à être utilisés en Atmosphères Explosives.

Outras certificações com finalidade similar são adotadas por países fora da União Europeia, mas a ATEX é a mais conceituada, em razão dos seus altos padrões de exigência. Eles precisam ser seguidos não somente pelos fabricantes europeus, mas também por todos os de outras partes do mundo que exportam seus produtos para o Velho Continente.

Qual a importância da certificação ATEX?

Há uma série de setores industriais e comerciais nos quais é preciso manusear e armazenar materiais explosivos e inflamáveis. Dependendo do ambiente em que a atividade é desenvolvida e da concentração desses materiais, a própria atmosfera do local pode se tornar propícia para a combustão mediante o acionamento de equipamentos elétricos ou mesmo mecânicos.

Em muitos casos, é necessário lidar com essa situação de risco diariamente, como nos setores de mineração, petroquímico e farmacêutico.

Ao seguir com rigor os protocolos da certificação ATEX, tanto no que se refere aos equipamentos utilizados, quanto aos locais em que serão manuseados, os riscos de acidentes são drasticamente reduzidos.

Por isso, há uma enorme quantidade de ambientes de trabalho em países europeus nos quais a autorização governamental de funcionamento está condicionada ao uso de equipamentos com certificado ATEX.

Como identificar e utilizar equipamentos certificados?

Quando um equipamento está habilitado para funcionar em locais com risco de explosão, geralmente é marcado com um sinal amarelo em formato hexagonal e com a inscrição “Ex” em seu interior. Contudo, a certificação ATEX fornece informações muito mais específicas, pois também gradua o nível de risco ao qual cada equipamento pode ser exposto com segurança.

Para esse fim, os ambientes são classificados em diferentes tipos de zonas, de acordo com a frequência e o intervalo de tempo em que a atmosfera explosiva pode estar presente. Ambientes com concentração de gases, vapores e neblina obedecem os padrões informados abaixo.

  • Zona 0: atmosfera explosiva permanente, verificada por longos períodos ou com frequência;
  • Zona 1: atmosfera explosiva verificada ocasionalmente em situações corriqueiras de operação;
  • Zona 2: atmosfera explosiva com pequena probabilidade de ocorrência em situações corriqueiras de operação; caso presente, tem curto período de duração.

Quando o pó ou a poeira é o elemento presente na atmosfera com potencial para torná-la explosiva, a classificação das zonas é similar, mas segue outra numeração:

  • Zona 20: atmosfera explosiva permanente, verificada por longos períodos ou com frequência;
  • Zona 21: atmosfera explosiva verificada ocasionalmente em situações corriqueiras de operação;
  • Zona 22: atmosfera explosiva com pequena probabilidade de ocorrência em situações corriqueiras de operação; caso presente, tem curto período de duração.

Como cada equipamento deve ser adequado para funcionar com segurança em ambientes de periculosidade diferentes, a certificação ATEX também prevê um padrão de classificação dos equipamentos (categoria), conforme discriminado a seguir.

  • Equipamentos de categoria 1: adequados para operar em zonas 0 ou 20;
  • Equipamentos de categoria 2: adequados para operar em zonas 1 ou 21;
  • Equipamentos de categoria 3: adequados para operar em zonas 2 ou 22;

Portanto, quando nos deparamos com um equipamento que contém os dizeres “ATEX Zone 2/22” em suas especificações, por exemplo, estamos diante de um produto de categoria 3, que fornece o menor grau de proteção contra o risco de explosão.

Como a certificação ATEX é obtida?

Existem vários órgãos aptos para conceder o certificado ATEX, mas todos seguem à risca os mesmos parâmetros estabelecidos pela União Europeia. Trata-se de um procedimento caro, meticuloso e demorado, o que é plenamente compreensível, se considerarmos a complexidade do assunto e a gravidade das consequências na hipótese de falha.

O fabricante do equipamento precisa fornecer uma série de documentos ao órgão certificador, tais como o projeto detalhado, relatórios dos testes já realizados pelo próprio fabricante, comprovação de que o produto atende aos requisitos essenciais de saúde e segurança da União Europeia (EHSRs) e a certificação ISO aplicável.

Várias unidades do equipamento para o qual se pretende obter a certificação ATEX também devem ser entregues ao órgão certificador. Eles serão submetidos a uma série de testes extremamente rigorosos para garantir que o produto atende plenamente às diretrizes aplicáveis. Uma vez aprovado, o equipamento pode começar a ser comercializado com a classificação ATEX apropriada.

Agora que você já sabe o que é ATEX e a sua importância, não deixe de atentar para esse detalhe quando for adquirir um equipamento que poderá ser eventualmente utilizado em ambientes onde há risco de explosão. Esse é o caso das lanternas, por exemplo, motivo pelo qual alguns fabricantes, como a Ledlenser, se preocuparam em criar linhas de produtos específicas no intuito de garantir a segurança de seus consumidores.

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3 Comentários

  • Responder Anelís Laborda julho 22, 2021 at 11:56 pm

    Gostei

    • Responder Crosster agosto 6, 2021 at 3:35 pm

      Olá Anelís!
      Ficamos felizes que você gostou do nosso conteúdo!

      Atenciosamente,
      Equipe Crosster
      #SemprePreparado

  • Responder Melhor lanterna: como escolher - Blog - Crosster, sempre preparado novembro 11, 2021 at 11:04 am

    […] para aumentar a firmeza da empunhadura ou até mesmo proteção em ambientes explosivos (ATEX). Se estiver usando luvas, dê preferência a lanternas com botões de acionamento de fácil […]

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