Desde que a primeira espada foi fabricada, há mais de 5 mil anos, uma enorme variedade de modelos foi empunhada pelo homem. De acordo com a matéria-prima disponível, os traços culturais e as necessidades de cada povo, determinados tipos de espadas foram criados e aperfeiçoados, sendo que alguns permanecem em pleno uso até hoje.
Ao longo de tantos séculos, o traço distintivo mais relevante das espadas tem sido sua região responsável pelo corte. Analisando cada lâmina de espada, é possível compreender não apenas a principal finalidade para a qual a arma foi desenvolvida, mas também parte do contexto histórico em que isso aconteceu.
Neste artigo vamos examinar mais de perto as variações que podemos encontrar nas lâminas de espadas, as diferenças que existem entre elas e outros objetos cortantes e as lâminas mais usadas em diferentes regiões do planeta ao longo dos séculos, entre outros tópicos. Venha conosco!
Principais tipos de lâmina de espada
Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que a utilização das espadas sempre se deu principalmente no contexto bélico. É verdade que alguns povos fizeram uso de lâminas relativamente compridas e com grande poder de corte para executar tarefas no âmbito agrícola. Porém, mesmo essas ferramentas também acabavam servindo como armas quando necessário.
Basicamente, há três características às quais devemos prestar atenção quando analisamos os tipos de lâmina de espadas.
1. Formato (reto ou curvo)
Lâminas curvas são utilizadas quando se deseja potencializar o dano causado pelo fio da espada, aumentando a área de contato entre a lâmina e o alvo durante o movimento de ataque. Devem ser confeccionadas com metal de maior resistência e durabilidade, pois serão submetidas a fortes impactos. Já as lâminas retas geralmente procuram manter maior equilíbrio entre capacidade de perfuração e de corte.
2. Comprimento
O grande diferencial das espadas em relação às facas e facões é justamente o comprimento da lâmina. Via de regra, a vantagem de se utilizar uma espada é a possibilidade de ferir o inimigo a uma distância mais segura. Contudo, lâminas compridas costumam implicar em maior peso, menor mobilidade e na impossibilidade de usar outros equipamentos, como escudos, por exemplo.
Por isso, há diversas ocasiões ao longo da história em que houve a escolha estratégica por lâminas mais curtas, como no caso do Gládio Romano. Em contrapartida, um cavaleiro medieval estaria condenado se só pudesse contar com uma espada desse tipo no campo de batalha.
3. Espessura
Há muito mais em comum entre alguns tipos de espadas e machados do que a maioria das pessoas imagina. Durante a Idade Média foram usadas espadas pesadas, de lâmina comprida, mas que não eram especialmente afiadas ou pontudas. O dano causado pelos seus golpes decorria da inércia do próprio movimento associado ao peso da lâmina, mais espessa do que o padrão da época.
Caminhando no sentido diametralmente oposto, nos deparamos com os Floretes, espadas que também têm lâmina comprida, mas extremamente fina. Os utilizados na esgrima, por exemplo, chegam até a ser flexíveis, algo inimaginável quando pensamos em outros tipos de espada. Lâminas finas costumam priorizar o poder de perfuração e, em vez de exigir força de quem as maneja, demandam muita rapidez, agilidade e técnica.
A diferença entre lâminas de espada e de outros objetos cortantes
Há uma série de outras armas e ferramentas que também foram concebidas para cortar. A faca é a mais presente no nosso cotidiano, mas também podemos mencionar o canivete, o facão, a navalha e o machado, entre muitos outros.
A principal diferença entre todos esses objetos de corte e as espadas reside no comprimento da lâmina. Com exceção das guilhotinas industriais, nenhuma arma ou ferramenta tem lâmina mais longa do que as espadas.
Tais objetos apresentam muitas variações de formato, resistência e fio de corte, de acordo com a finalidade pretendida. Enquanto as lâminas das navalhas são frágeis e exigem manutenção constante, por exemplo, as lâminas de facões e machados são extremamente resistentes.
Lâminas de espada mais utilizadas atualmente
Com o advento das armas de fogo, as espadas perderam rapidamente a importância que mantiveram durante séculos. Mesmo assim, pelo menos três tipos de lâminas continuam sendo utilizadas diariamente em alguns contextos específicos.
As Katanas, espadas medievais japonesas originalmente empunhadas pelos samurais, hoje são utilizadas pelos praticantes de artes marciais. Elas têm a lâmina longa, ligeiramente curva, com fio duplo.
São fabricadas em aço de altíssima qualidade, contam com excelente poder de corte e de perfuração, além de proporcionarem ótimo equilíbrio para produzir golpes vigorosos. Sintetizam, portanto, grande parte das qualidades mais cobiçadas em uma espada, mas exigem muita técnica e prática para serem manejadas corretamente.
Ainda no âmbito esportivo, os Floretes seguem em pleno uso nas competições de esgrima. Obviamente a ponta perfurante foi retirada, mas todas as demais características desse tipo de lâmina — longa, fina e levemente flexível — permanecem.
O Sabre se tornou popular a partir das Guerras Napoleônicas, no início do século XIX. Com sua lâmina comprida, ligeiramente curva e pontiaguda, era concebida para ser utilizada principalmente pelos membros da cavalaria.
Embora tenha abandonado os campos de batalha, o Sabre nunca deixou os cerimoniais militares e as comemorações de datas históricas de inúmeras nações. Além disso, costuma ser usado como símbolo de status das patentes mais elevadas das forças armadas.
Evolução das lâminas de espada
Podemos dividir a evolução das lâminas de espadas em três grandes regiões do planeta: Ásia, África e Europa. Na Ásia, destacam-se as produções bélicas japonesas e chinesas, nações que travaram diversas batalhas entre si e acabaram fazendo uma espécie de intercâmbio tecnológico.
Porém, enquanto o Japão ateve-se às Katanas, por circunstâncias geográficas a China sofreu a influência de diversos outros povos, criando um arsenal de combate corpo a corpo muito mais amplo, com lanças, bastões e correntes, por exemplo.
A produção africana não foi rica, mas trouxe uma contribuição muito importante. A Khopesh, usada pelos egípcios entre 2.500 e 1.300 a.C., tinha uma lâmina com desenho muito peculiar, com extremidade semelhante à das foices. Foi a partir dela que surgiram as Cimitarras no Oriente Médio, após séculos de sucessivas adaptações.
Já a Europa se notabilizou pelas espadas de lâmina reta, como o Gládio Romano, na Antiguidade, e as chamadas espadas Viking, na Idade Média. Contudo, houve uma série de variações ao longo dos séculos no que diz respeito à espessura e ao comprimento das lâminas, de acordo com a finalidade que se pretendia priorizar, como já mencionado anteriormente.
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