Durante milênios, a espada foi a principal arma utilizada pelo homem na maioria das regiões habitadas do mundo. Diversos tipos de espadas foram desenvolvidos ao longo dos séculos, com variações de comprimento e formato da lâmina — às vezes privilegiando o corte, outras a perfuração.
De todo modo, a principal finalidade da grande maioria das espadas foi, pela maior parte do tempo, ferir o adversário em combate. Mas essa já não é a realidade vivida no período recente da nossa história.
Isso não significa que as espadas tenham deixado de ser utilizadas, embora muitos modelos só possam ser encontrados atualmente em museus e no acervo de colecionadores.
Neste artigo, vamos examinar alguns dos tipos de espadas mais relevantes na trajetória da humanidade e descobrir quais permanecem em plena utilização até hoje.
Principais tipos de espadas usadas ao longo dos séculos
1. Gládio Romano
Tratava-se de uma espada de lâmina curta (cerca de 60 cm), com fio de corte em ambos os lados e grande potencial de perfuração, ideal para o combate corpo a corpo. Por ser uma arma leve, todo legionário romano podia carregar o seu próprio gládio e ter uma mão livre para se defender com um escudo. Essa versatilidade contribuiu muito para a expansão do Império Romano por praticamente toda a Europa.
2. Espada Medieval
Os grandes diferenciais dessa espada eram o comprimento de sua lâmina, que chegava a 90 centímetros, e a qualidade do aço empregado na sua confecção.
Apesar de também ter boa capacidade de perfuração, sua letalidade estava no impacto longitudinal, pois tinha peso e dimensões ideais para aproveitar a inércia durante o movimento de ataque.
Ficou conhecida como espada Viking, pois muitos exemplares foram encontrados em sítios arqueológicos nórdicos. Contudo, teve origem entre os francos, chegando às mãos dos vikings por meio de trocas e saques.
3. Montante
Também foi desenvolvida na Idade Média, mas só ganhou relevância nos últimos séculos dessa fase histórica. Essa espada chegava a ter cerca de 1,3 metro de comprimento e pelo menos um metro só de lâmina.
Originalmente criada para executar tarefas domésticas e agrícolas, a montante passou a ser a arma escolhida pelos cavaleiros medievais. Eles usavam armaduras e, por isso, podiam se dar ao luxo de não carregar um escudo. Era uma espada pesada, que precisava ser manejada com ambas as mãos, e produzia golpes extremamente poderosos.
4. Rapieira ou Florete
Ao contrário dos modelos citados anteriormente, o design da rapieira priorizava a perfuração. Sua lâmina era longa, com cerca de um metro de comprimento, bastante estreita e com a ponta muito afiada. Tinha guarda para proteger a mão do espadachim e foi o tipo de espada mais utilizado durante a Renascença.
Tornou-se tão popular, em especial na Itália e na Espanha, que fazia parte da indumentária de todos os nobres, inclusive dos que nunca precisaram se preocupar em aprender a manejá-la corretamente.
5. Sabre
Tipo de espada com lâmina relativamente comprida, com guarda em “D”, que conta com poder de corte e perfuração. Foi muito utilizada no final da Era Moderna, principalmente durante as Guerras Napoleônicas. O sabre surgiu como a principal arma da cavalaria húngara, mas ganhou destaque quando foi adotada pelo exército francês no final do século XVIII. Sua lâmina tem uma curvatura que visa potencializar os danos causados aos inimigos, em especial nos golpes executados a cavalo, de cima para baixo.
As espadas nos dias de hoje
O avanço da tecnologia beneficiou todos os setores, e com a indústria bélica não foi diferente. A partir do início do século XIX, quando as armas de fogo começaram a ser produzidas em larga escala, as espadas foram perdendo espaço gradualmente, sendo utilizadas com alguma relevância pela última vez na 1ª Guerra Mundial.
Isso não significa que as espadas tenham perdido a utilidade por completo. Os sabres continuam sendo empunhados pelas guardas reais e de chefes de Estado de diversos países em comemorações de datas históricas e cerimônias militares.
Colecionadores e fãs de filmes, séries de TV e do universo ficcional como um todo também adquirem espadas de vários modelos.
Mas é no âmbito esportivo onde as espadas permanecem, de fato, brandindo. Pelo menos quatro tipos, elencados a seguir, merecem a nossa atenção.
1. Floretes
São utilizados em competições de esgrima, modalidade olímpica desde a primeira edição do evento, em 1896.
2. Katanas
As tradicionais espadas japonesas com lâmina espessa, curvada e muito afiada, são empregadas por praticantes de artes marciais em treinos e demonstrações. As katanas também se destacam pela qualidade do aço da lâmina e dos cuidados nos detalhes do acabamento, principalmente na empunhadura e na bainha.
3. Bokken
Trata-se de uma espada com o mesmo design das katanas, mas fabricada em madeira para não ferir o adversário — são usadas principalmente em competições de Aikido.
4. Espadas de polímero
Produzidas com um tipo de plástico muito resistente a fim de não quebrarem ou sofrerem deformações durante os treinos. Podem ter vários designs diferentes.
Vale mencionar também as espadas utilizadas nas Batalhas Campais, atividade recreativa que se popularizou a partir da década de 2000 e que consiste no confronto de dois grandes “exércitos” com finalidade exclusivamente lúdica.
As espadas têm a estrutura em PVC e são revestidas com EVA ou espuma para garantir que ninguém se machuque.
Material de fabricação
Atualmente, a maioria das espadas é confeccionada com lâmina em aço-carbono, que proporciona maior resistência e durabilidade.
As fabricadas pela Cold Steel são as mais cobiçadas justamente pela excelência da matéria-prima utilizada, além da grande variedade de modelos. Mas as da marca Böker também se apresentam como uma ótima alternativa, já que conciliam qualidade e preço mais acessível.
Regras para aquisição e porte de espadas
Apesar de serem consideradas armas brancas, no Brasil não existe restrição legal para a aquisição de espadas. Porém, não podem ser transportadas na cintura, nas costas ou, muito menos, empunhadas. Quem se desloca portando uma espada deve acondicioná-la em um invólucro fechado ou embrulhá-la de tal maneira que impossibilite o saque rápido.
Imaginar que as espadas fazem parte do passado é um engano. Elas ainda estão presentes no nosso cotidiano de diversas maneiras, e é provável que a maioria das pessoas se surpreenda com a grande variedade de tipos de espadas disponíveis no mercado.
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